A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova da Barquinha assinalou, no passado dia 29 de novembro, o seu 100.º aniversário. A cerimónia solene, marcada pela inauguração de um novo monumento e pela presença de altas entidades do Governo e da autarquia, homenageou um século de "coragem e espírito de missão".
O evento contou com a presença do Secretário de Estado da Proteção Civil, Rui Rocha, e do Presidente da Câmara Municipal, Manuel Mourato, que presidiram às cerimónias oficiais. O programa incluiu a promoção de novos bombeiros de 3.ª classe, a imposição de condecorações, um desfile motorizado que exibiu os meios da corporação e uma visita às instalações do quartel, nomeadamente as renovadas camaratas e balneários.
Durante a sua intervenção, Manuel Mourato, Presidente da Câmara Municipal, destacou o papel insubstituível da corporação na segurança do concelho. "Esta é uma história de coragem e de um espírito de missão sem igual, em que os Bombeiros nunca faltaram", afirmou o autarca. Manuel Mourato dirigiu ainda uma palavra especial às famílias dos operacionais, agradecendo "o apoio silencioso, mas fundamental, que sustenta cada gesto de entrega e solidariedade".
Compromisso com o futuro Rui Rocha, Secretário de Estado da Proteção Civil, felicitou a corporação pelo marco histórico, sublinhando o compromisso dos voluntários e a sua importância nevrálgica no sistema de proteção civil nacional.
A Associação Humanitária, que detém estatuto de agente de proteção civil com responsabilidades no socorro e prevenção de riscos, mantém também uma forte ligação cultural à comunidade através da sua Banda e Escola de Música. O Município reiterou o seu apoio, mantendo um protocolo de colaboração anual que assegura a sustentabilidade financeira do corpo de bombeiros e das suas valências sociais.
Um marco em pedra para a posteridade
Um dos momentos altos do dia foi a inauguração de um monumento dedicado aos Bombeiros, instalado na rotunda junto ao quartel. A obra pretende perpetuar a memória do serviço prestado ao longo deste século, servindo como lembrete diário do esforço dos operacionais.
Este monumento comemora o centenário da Associação e a memória, um marco temporal e espacial. A obra de arte consta de três torres que, metaforicamente, evocam as torres de defesa e suporte de um castelo.
Representação artística dos pilares fundamentais da associação: os sócios, que sustentam a instituição; o Corpo de Bombeiros, que dá corpo à missão de proteger pessoas e bens; e a Banda de Música, que forma e leva mais longe a identidade cultural do concelho. Implantado numa área circular, na rotunda dos Bombeiros, afirma-se no espaço público como símbolo aberto à comunidade. As torres, erguidas na vertical, e os materiais escolhidos simbolizam a postura, a resistência, a resiliência e a perenidade do bombeiro voluntário.
A rotunda traduz a natureza democrática dos serviços da associação: um contributo acessível a todos, independentemente da condição social, da formação ou da história de cada cidadão.
A rotação das torres em torno do eixo vertical simboliza o movimento e o desenvolvimento constante, reflete a interação, a adaptação e a influência mútua dos três pilares da Associação, um processo contínuo que revela uma organização viva e em permanente evolução.
A vegetação circundante celebra a floresta e simboliza a vida, a riqueza e a dedicação incansável dos bombeiros, que a defendem.
Esta obra homenageia um século de serviço, dedicação e entrega. Celebra o passado, honra o presente e aponta para o futuro, lembrando o desafio permanente de defender, valorizar e apoiar a vida humana, a razão maior da existência dos bombeiros voluntários. Simboliza um século de serviço voluntário, cem anos de histórias de sacrifício, de noites sem dormir, de vida em risco e de mãos amigas em momentos de aflição. Significa humanidade, solidariedade e verdadeira fraternidade. O simbolismo e perenidades da obra de arte, pretende representar para as gerações vindouras, um farol que recorde que a coragem não se mede pelo medo que se sente, mas pela força com que se enfrenta esse medo. E que a dedicação ao bem comum é o maior legado que podemos deixar.
“Caracterizado pelo presidente da direção António Ribeiro”
É nossa obrigação salientar e agradecer a participação e os apoios dados por pessoas e entidades a este projeto. Sem a sua preciosa ajuda não seria possível concretizá-lo.
Destacamos assim, na criação do monumento:
O Artista Plástico Carlos Vicente
Doutor Engenheiro Luís Ferreira
Na produção e montagem
A empresa de Construções Carlos Barros
A empresa ENGISUL – Metalomecânica do Sul
No apoio institucional:
Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários
Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha.
Ao completar 100 anos, os Bombeiros da Barquinha consolidam-se não apenas como uma força de segurança, mas como um pilar da identidade comunitária do concelho.
Fotos (exceto romaria aos cemitários: Arlinho Homem.
